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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Papa Francisco aponta caminhos para a comunicação da Igreja: Silêncio, diálogo, proximidade
A proximidade física mais do que digital, o silêncio, a reflexão crítica e, uma vez mais, a convicção de que a escuta da diferença e o diálogo devem ser linhas orientadoras para a Igreja católica são algumas das prioridades enunciadas pelo papa Francisco na sua primeira mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
O texto divulgado hoje pelo Vaticano sublinha que perante o ritmo e a velocidade da informação, é preciso «recuperar um certo sentido de pausa e calma», o que «requer tempo e capacidade de fazer silêncio para escutar», ideia que consolida o tema da mensagem de 2012, “Silêncio e palavra: caminho de evangelização” (Bento XVI).
A capacidade de ouvir, acolher e dialogar são apontadas por diversas vezes na mensagem de Francisco, intitulada “Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro”.
«Temos necessidade também de ser pacientes, se quisermos compreender aqueles que são diferentes de nós: uma pessoa expressa-se plenamente a si mesma, não quando é simplesmente tolerada, mas quando sabe que é verdadeiramente acolhida», realça.
Se os católicos estão «verdadeiramente desejosos de escutar os outros», então aprenderão a «ver o mundo com olhos diferentes e a apreciar a experiência humana tal como se manifesta nas várias culturas e tradições», ao mesmo tempo que crescerão na apreciação dos «grandes valores inspirados pelo Cristianismo».
«Os muros que nos dividem só podem ser superados, se estivermos prontos a ouvir e a aprender uns dos outros. Precisamos de harmonizar as diferenças por meio de formas de diálogo, que nos permitam crescer na compreensão e no respeito. A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber de outros», indica.
Neste sentido, «dialogar significa estar convencido de que o outro tem algo de bom para dizer, dar espaço ao seu ponto de vista, às suas propostas. Dialogar não significa renunciar às próprias ideias e tradições, mas à pretensão de que sejam únicas e absolutas».
O diálogo implica abertura: «Abrir as portas das igrejas significa também abri-las no ambiente digital, seja para que as pessoas entrem, independentemente da condição de vida em que se encontrem, seja para que o Evangelho possa cruzar o limiar do templo e sair ao encontro de todos».
Francisco acentua que «o testemunho cristão não se faz com o bombardeio de mensagens religiosas, mas com a vontade de se doar aos outros através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana».
«Tenho-o repetido já diversas vezes: entre uma Igreja acidentada que sai pela estrada e uma Igreja doente de autorreferencialidade, não hesito em preferir a primeira. E quando falo de estrada penso nas estradas do mundo onde as pessoas vivem: é lá que as podemos, efectiva e afectivamente, alcançar», acrescenta.
Os católicos são «chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto de uma Igreja assim?», questiona.
A convicção de que a presença da Igreja nos meios de comunicação digitais é fundamental mas é insuficiente para a evangelização constitui outra das ideias vincadas na mensagem.
A «proximidade» que a Igreja católica deve manifestar no testemunho das suas convicções reside na «parábola do bom samaritano, que é também uma parábola do comunicador», porque «quem comunica faz-se próximo».
«O bom samaritano não só se faz próximo, mas cuida do homem que encontra quase morto ao lado da estrada. Jesus inverte a perspetiva: não se trata de reconhecer o outro como um meu semelhante, mas da minha capacidade para me fazer semelhante ao outro», aponta o papa.
À Igreja «não basta circular pelas “estradas” digitais, isto é, simplesmente estar conetados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro. Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos. Precisamos de amar e ser amados. Precisamos de ternura. Não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação».
A internet e as suas redes sociais, a televisão e todas as plataformas multimédia podem ser espaço «rico de humanidade» na condição de não serem apenas «uma rede de fios, mas de pessoas humanas».
A ligação estreita entre a competência técnica do profissional de comunicação e suas as convicções de fé são essenciais para o anúncio da fé: «O envolvimento pessoal é a própria raiz da fiabilidade de um comunicador. É por isso mesmo que o testemunho cristão pode, graças à rede, alcançar as periferias existenciais».
«Possa servir-nos de guia o ícone do bom samaritano, que liga as feridas do homem espancado, deitando nelas azeite e vinho. A nossa comunicação seja azeite perfumado pela dor e vinho bom pela alegria. A nossa luminosidade não derive de truques ou efeitos especiais, mas de nos fazermos próximo, com amor, com ternura, de quem encontramos ferido pelo caminho», aponta Francisco.
O 48.º Dia Mundial das Comunicações Sociais assinala-se no Domingo da Ascensão de Cristo ao céu, que em 2014 ocorre a 1 de junho.
Rui Jorge Martins
In SNPC